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Sustentabilidade e ESG: a profissão mais promissora para as próximas décadas enfrenta falta de profissionais capacitados

Estamos vivendo um período de grandes mudanças, marcado pela sexta era de inovações tecnológicas. Nesse cenário, as empresas estão cada vez mais preocupadas com os impactos sociais, ambientais e econômicos de suas operações.

O futuro do mercado de trabalho e a ascensão do ESG

Análises sobre as tendências do mercado de trabalho apontam um cenário promissor para áreas ligadas à sustentabilidade e ao ESG (Environmental, Social, and Governance). A teoria das ondas de inovação, criada pelo economista Joseph Schumpeter, sugere que o período entre 2020 e 2045 será amplamente dominado por questões relacionadas à responsabilidade socioambiental.

Com isso, cresce a demanda por profissionais especializados nessa área. No entanto, as empresas estão enfrentando dificuldades para encontrar talentos com as competências necessárias para implementar práticas sustentáveis de forma eficaz, o que evidencia a falta de mão de obra qualificada no mercado.

Compreendendo as ondas de inovação

A teoria das ondas de inovação descreve o desenvolvimento econômico como um ciclo impulsionado por avanços tecnológicos. Cada onda representa um período de transformação que é iniciado por uma tecnologia revolucionária, capaz de mudar indústrias inteiras e redefinir mercados.

Esses ciclos são divididos em quatro estágios principais: a emergência, quando uma nova tecnologia surge e começa a ser utilizada por empresas inovadoras; a expansão, período de crescimento acelerado e de ampla adoção dessa tecnologia; a saturação, em que o avanço atinge seus limites de aplicação; e a reconfiguração, que marca a transição para uma nova onda de inovações.

Entender essas etapas é fundamental para empresas que desejam se preparar para as mudanças do mercado e aproveitar novas oportunidades de negócios.

As ondas que moldaram a história

Desde a revolução industrial, cinco ondas já transformaram a sociedade:

  1. A primeira onda, no século XVIII, foi impulsionada pela invenção da máquina a vapor, que mecanizou a produção e substituiu o trabalho manual em larga escala.
  2. A segunda onda, no final do século XIX, destacou-se pelo uso da eletricidade e dos motores a combustão interna, criando as bases para a industrialização moderna.
  3. A terceira onda, após a segunda guerra mundial, trouxe avanços em eletrônica, automação e os primeiros computadores, mudando radicalmente a forma como as indústrias operavam.
  4. A quarta onda, a partir da década de 1970, foi caracterizada pela revolução digital, com o surgimento da internet e a popularização dos computadores pessoais.
  5. A quinta onda, encerrada em 2020, focou em tecnologias disruptivas, como inteligência artificial, robótica, internet das coisas e energia limpa.

Agora, vivemos a sexta onda, que traz como centro a sustentabilidade e o ESG, com potencial de transformar profundamente o modo como as empresas operam.

A era da sustentabilidade e o papel do esg

O ESG tem como objetivo alinhar práticas corporativas a critérios que avaliam responsabilidade ambiental, impacto social positivo e governança ética. Nos últimos anos, a busca por empresas que adotam essas práticas tem crescido entre investidores e consumidores, o que coloca a sustentabilidade no topo das prioridades empresariais.

No Brasil, muitas empresas já incorporaram esses princípios. O setor de energia renovável, por exemplo, é um destaque global. De acordo com a associação brasileira de energia eólica (abeeólica), o país ocupa uma posição de liderança mundial na produção desse tipo de energia limpa.

Além disso, práticas de governança também têm evoluído. A bolsa de valores brasileira (b3) criou o índice de governança corporativa (igc), que incentiva as empresas a adotar padrões éticos mais rigorosos.

Desafios e oportunidades da sexta onda

A sexta onda, centrada na sustentabilidade, aponta para um futuro em que as empresas serão medidas não apenas por seus resultados financeiros, mas também pelo impacto que causam no meio ambiente e na sociedade.

Um relatório da global sustainable investment alliance revelou que os investimentos globais alinhados aos critérios ESG ultrapassaram 35 trilhões de dólares em 2020, mostrando a força desse movimento.

Porém, há um grande desafio: a carência de profissionais qualificados para atuar nessa área. Empresas têm dificuldade em encontrar talentos com as habilidades técnicas e estratégicas necessárias para liderar projetos de ESG.

Quer saber mais?

Para quem busca mais informações sobre sustentabilidade e práticas de ESG (Environmental, Social, and Governance), há diversos recursos valiosos disponíveis online. O site do Global Reporting Initiative (GRI) oferece diretrizes e padrões para relatórios de sustentabilidade, acessíveis em https://www.globalreporting.org. A Sustainable Development Solutions Network (SDSN) promove soluções para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, com mais detalhes em https://www.unsdsn.org. Além disso, o CDP (Carbon Disclosure Project) fornece uma plataforma para empresas e cidades divulgarem seu impacto ambiental, disponível em https://www.cdp.net. Esses recursos são essenciais para entender e implementar práticas sustentáveis e de ESG nas organizações.

Essa lacuna no mercado abre espaço para quem deseja se destacar como um profissional essencial para o futuro. Com o foco correto em qualificação, é possível não só atender à crescente demanda, mas também contribuir para um mundo mais sustentável.

Será você a pessoa preparada para assumir esse papel estratégico nas próximas décadas?